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Mostrando postagens de maio, 2012

Letras Perdidas

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Num tempo que insiste em passar   Escrever  toca  no tom que faz parar Entre  delicadezas para acalentar Invadem as asperezas da aceleração Fazendo  das letras  solidão Talvez nada a dizer Pois o descompasso que entristece Não faz a vida parar Apenas silenciar Mas as estações seguem E a cada palavra que se perde A vida prescreve   Como  podes te ausentar                    Quando tanto preciso              No alento de teu experimentar              A tristeza ventar               Para com o alfabeto dançar

Mãe e o "quanto baste"

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Já que as perguntas sobre  a existência humana são infinitas e, por vezes, angustiantes, nada melhor do que ter um dia certo,  como o dia das mães,  para celebrar quem demarca um lugar para nossa origem.  Entre as celebrações de maio, mães por perto, outras que partiram, filhos que vieram e  a vida segue. Cá estamos como adultos, afinal  não nos deixam ficar numa daquelas paradas deliciosas de ganhar mamadeira;   receber o sono  com um beijo e  uma história que adormece;   ou,  simplesmente, ter alguém contra quem se rebelar e depois voltar para seu colo sem pestanejar. Resta fazer das  duradouras lembranças ingredientes para percorrer e  degustar nossos próprios caminhos. Entre mil delícias dos feitiços maternos culinários, retorna a cena de uma fábrica de biscoitos que, de tempo em tempo, invadia a cozinha da infância. As delícias quadradas, redondas, retangulares,  passavam por um grande forno de tijolos, no pátio da casa. Depois, latas de todos os tamanhos aguardavam

Um amigo de giz

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Eles se conheceram numa terra que percorre a história de suas vidas. Compartilhavam, na infância,  as mesmas ruas de vizinhança livre para brincadeiras de uma cidade de interior.  Mas não registravam na memória a presença  de um e outro.  Ela ali havia nascido e, quando jovem, mudou para outro destino.  Ele ali circulava,  nas férias de cada ano,  com familiares que guarda no coração não importa a morada de seu destino.  Já adultos, em tempos de natal, retornam ao conhecido e acolhedor lugar para celebrar passagens de novas vidas que o fim de ano vislumbra. Então, são  apresentados pelo  acaso do olhar e do pedido de uma bala, uma goma de mascar, ou qualquer  coisa que adoçasse ainda mais o  movimento que trazia um tempo de infância.  Nesta terra do sempre, foram presenteados com o encontro  de uma amizade sem lugar.  Como o vento,  seguiram suas vidas  para outros  lugares, distantes  dali, distantes entre eles.  Mas a  bússola da amizade  foi marcando a m