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Mostrando postagens de agosto, 2012

Agosto e uma paixão.

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Na  escurid ã o que a noite anuncia, ela tem a sensação de ficar nua e só, pois não situa as cores de suas vestes e perde-se dos encontros do dia. Algumas   luzes e movimentos, aqui e ali, sinalizam: n ã o est á s sendo abandonada, apenas entregaste o corpo ao sil ê ncio da noite e ao   adormecer do sol. A lua anda por perto para lan ç ar alguma dire çã o, acompanhada  d o len ç ol de estrelas que banha o labirinto que habitas. Nos primeiros dias deste m ê s,   ela amanhecia com   o sol   disfar ç ado de  nuances de uma luminosidade que anunciava ares quentes. E, assim,  foi   acostumando-se com as manh ã s de inverno impregnadas de  sinais de primavera. Sensa çã o de que o vestir-se com as cores do cinza era dispensável, pois dizia de um tempo que precisava   guardar seu corpo  entre  as sombras que  protegiam do frio. Ao final da manhã,  as nuvens partiam para deixar os caminhos ensolarados,   ficando  a certeza que os adere ç os coloridos j á  poderiam fazer parte d

Aprender com botões.

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Uma dica amiga coloca no percurso de um sábado o filme “A Guerra dos Botões”, de Yann Samuell inspirado no livro de Louis Pergaud.  Para os apreciadores do cinema é possível buscar versões anteriores do filme (1932, 1962 - dizem que é a melhor, 1994). A versão atual parece escondida, pois nada ouvi falar sobre, muito menos constatei na grade de programação do cinema comercial. Devo estar ficando cega….  Por que será que um filme de tanta beleza, feito da   reflexão com  a infância e a educação não aparece em nossas opções??  Felizmente, a dica   amiga provocou a sensação de que os botões já disputavam um combate com minha agulha e linha. Foi assim que cheguei à Casa de Cultura Mario Quintana,   lugar perfeito para acolher   um tempo de sentir a plenitude da vida   com a bela arte do encontro entre o cinema e a literatura. Produzido na cronologia de outra época, mas feito da sensibilidade com a vida da infância que habita todos em qualquer tempo. Basta estar sensíve

Ensinamentos da vida: Vô Dionísio.

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Dia dos pais nos leva a visitar a estrada do lugar da paternidade percorrida em nossas vidas. Meu pai partiu faz algum tempo, mas   sua presença   permanece nos aprendizados herdados e atualizados no caminho que segue.  Nesta caminhada encontrei     familiares e amigos que dão continuidade a essa herança de afetos e valores. Entre eles,    uma figura muito querida   pousa   em minha minhas letras, e escolho parabenizar de modo especial neste dia dos   pais. Falo de um pai, avô (de meus filhos) e   bisavô,   com quase um século de vida. 97 anos feitos   do cuidado com a vida passo a   passo. Em seus atos o dedicado cultivo das relações com seus filhos, netos e bisnetos. Com   certeza "um pouco pai" de muitos que moram em Nova Prata e nas redondezas desta bela cidade do interior gaúcho, pois sempre atento às relações da comunidade   na busca de uma   vida solidária. Cidade que o conhece pelos passos nas ruas,    já marcados com   sua história, entre   décadas que

Na estrada ...

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Andava relapsa com a arte do cinema. Por acaso assisto uma entrevista de Walter Salles sobre o Filme "Na Estrada". Nada sabia a respeito. Alguma lembrança distante do livro que inspirou o roteiro, On The Road de Jack Kerouac . Dia embrulhado para ficar em casa entre letras para ler e escrever. Mas insistiam as cenas do filme feitas das palavras do diretor que adoro.  Uma história de vida instigante de personagens trilhados pela trajetória do próprio escritor.  Movimentos entre uma sociedade que normatiza como devemos ser e uma estrada a experimentar. Qual a fronteira?  Já estava na estrada , era preciso seguir.   Escrevo no movimento do filme, ignorando quase tudo que o produziu, mas invadida pela vontade de fazer algo com a sensação que ficou.  A busca da vida na intensidade das vontades.  O filme termina e eu permaneci ali, entre os créditos finais, sob efeito da melodia que trilhava estradas. Música que iniciou o filme, andou com ele e finalizou. F