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Mostrando postagens de março, 2015

Flores Raras - Morada de Afetos

Um dia cinza. Daqueles que solicitam o aconchego de casa. Quem sabe para viajar no tempo a imagem de   um filme. Entre as opções,   um título inspirador e a lembrança de um comentário esquecido quanto a precisão das palavras, mas insistente no afeto que afirma seguir em sua direção. Nas primeiras imagens   uma conversa amiga em que segundos de letras marcam um destino: “-   Estou cansada... vou viajar        -   Ah. A cura geográfica”. Quem não viveu esta partida? O encontro do mapa de si em terras alheias. Até escolher um lugar, mas só para desviar a incerteza de não saber para onde ir. Andar com a bússola do trajeto que o lugar nos leva. Guiar-se pela força de um passado,  apresentado como   novidade para uma viajante que se entrega   ao tempo dos prédios, praças e ruas. E perceber a singularidade do percurso nas cores da natureza, entre flores que  nascem,  morrem e  situam a permanência das construções. Movimentos do filme Flores Rar

Decantar

Quando alguém chega esbaforido com algo da vida, minha dica é: "...deixe decantar ..." Sinto um olhar ressabiado, afinal a pessoa não está a beber vinho, mas envolta em algo que duvida sobre  como proceder. Diante da inutilidade de minha presença quanto a como prosseguir,  sustento o silêncio e a respiração alongada. Arrisco o encontro de um olhar. Uma parada no cronograma da vida para habitar o tempo que não medimos.  Experimentamos. Ao invés de remoer um pensamento a respeito do que se deve ou não fazer, habitar um intervalo para deixar a vida decantar... Um  ritual realizado antes de servir o vinho que  busca o primor de sua degustação.  Portanto,  é necessário ser escolhida por um vinho, abrir a garrafa,  deixar que a história deste  líquido  se complete entre os ares de nossa respiração. Estar atenta ao ar que lhe faz contorno,  permitindo que o próximo respiro  alongue  o gesto que  conduz ao ex