Coelho da Páscoa existe?



Na semana da Páscoa, a  conversa da hora na escola de João  girava em torno de uma pergunta:
Quem acredita em Coelhinho da Páscoa?

João chegou em casa preocupado. 
Logo contou  para sua mãe e seu irmão  sobre as dúvidas que pesavam em seu pensamento.
“Tem gente que acredita e tem gente que não acredita no Coelhinho. Hoje foi uma confusão na aula. Aí a gente resolveu levantar a mão para ver quem acreditava e quem não acreditava.”
 A mãe do menino logo quis saber qual era o voto de João.
“Em parte eu acredito e em parte eu não acredito.”

As perguntas saltitavam entre os chocolates que o Coelho poderia trazer. A votação e seus números não resolveram o dilema de João sobre a existência do Coelho da Páscoa. Se não era  ele quem trazia,  como aquelas delícias chegavam em sua  cesta?
“Quem não acredita disse que não é o Coelhinho que   coloca os ovos na cesta porque as portas  e as janelas estão  fechadas. Então,  como ele entra? 
E como ele sabe o que a gente gosta? São os pais que colocam...”
 O irmão de João, atento ao assunto de tamanha importância para os dias de chocolate, resolveu  participar da conversa.
“Eu acho que o Coelho pode ter ajuda dos  super-heróis. Lembra   aquela arma especial do desenho  que cortava o vidro e depois colocava tudo no lugar?”

João ouviu com atenção o irmão, mas não se convenceu.
“Isso é coisa de desenho da TV, não da  vida  do Coelho da Páscoa!”

No  dia seguinte  João acordou  animado e chamou todos da casa para contar a novidade. 
“Descobri como o Coelho  entra na casa da gente! Eu vou imaginando  os chocolates que quero e conto para o mano, a mamãe , o papai, a Vó Tere, o Tio Beto, a Tia Noi, e é tanta gente sabendo  da minha vontade  que  o pensamento anda até chegar aos ouvidos do Coelho. E aí fica fácil,  pois alguém que mora  na casa da gente  fica amigo do Coelho e dá uma ajudinha  quando ele chega."
 "Ah! Mas a  fada do meu sonho disse que é segredo quem ajuda o Coelho, pois só assim nosso pensamento acontece."

A mãe dos meninos ficou a pensar que  até gente grande, se desejar com atos de vontade, pode fazer seu pensamento virar um doce amigo do Coelho e experimentar as boas notícias de renascimento que ele anuncia para a vida.

Comentários

  1. Lá na minha casa (a que eu até pouco tempo dividia com meus pais) o coelho sempre aparecia. E era sempre do mesmo jeito. Meu pai ouvia um barulho no andar de cima da casa e falava pra eu ir olhar, e incrivelmente eu tinha sensação de ter ouvido também. E eu ia, encafifada com o tal barulho, tivesse eu 5, 10, 15 ou 28 anos... E SEMPRE me surpreendia de encontrar algum chocolate na minha cama... Agora que eu não moro mais lá não sei como vai ser, mas espero continuar escutando barulhos e encontrando chocolates na minha cama... (beijos gratos por evocar boas lembranças)

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