Esquecer?

Esquecer um amor! Quem já não se colocou esta meta? Hoje é o dia perfeito, pois 29 de fevereiro só retornará daqui quatro anos. Mas amor não se esquece, está na brisa, invade o olhar, alimenta nossa pulsação. A brisa, a pulsação, o olhar, não são posses de um e de outro, mas concessões momentâneas de um encontro. Encontro de um dia, um mês, ano após ano, um instante. Nesse mundo de tanto distanciamento, de muros e grades entre vidas e relações, resta a posse de um amor. Uma tentativa de acalmar a busca incessante de uma morada de si na ilusão de que ela se faz no outro. Mas de onde vem essa vontade insana de esquecer um amor, um tempo, uma vida? Exatamente por esquecermos de conjugar o amor na vida acontecendo. Deixamos de experimentar suas nuances na brisa que toca nosso corpo numa caminhada à beira mar, no olhar brilhante da criança qu...